quinta-feira, 30 de junho de 2011

Eu & Ele


Eu: Grito,
          Choro,
                Pressa,
                       Calor.
Ao leite com uma dose extra de sarcasmo.
Preto no branco.

Ele: Sussurros,
               Gargalhadas,
                           Calmaria,
                                    Tempestade.
Meio amargo com uma pitada de sensibilidade.
Omisso por escolha, verdadeiro por impulsão.
Eu o queria para sempre,
Ele só me quer às vezes.

domingo, 19 de junho de 2011

Pensamento suicida

No silêncio deste quarto sinto o meu coração acelerar, é o medo sendo bombeado pelo meu corpo.
Em minhas mãos vejo o rastro do sangue que há poucos segundos passeava displicente por minhas veias.
Foi uma decisão tomada na consciência do meu livre arbítrio.
Sou totalmente responsável, não quero culpados.
Mergulhei num abismo.
O medo foi se esvaindo, dando lugar ao frio.
Vou embora pegando carona numa brisa que passa.
Voltar atrás nunca foi uma opção.                                         

“Se vale a pena viver e se a morte faz parte da vida, então, morrer também vale à pena...”
Immanuel Kant

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Insensatez


Tudo parece depor contra você.
Teu cabelo milimetricamente bagunçado,
Teu perfume escolhido a dedo para a ocasião.
Cada detalhe, cada sorriso, cada toque.
São como um aviso de perigo
Que eu displicentemente insisto em ignorar.
Você inconscientemente (ou conscientemente, não sei)
Parece dizer (mesmo sem pronunciar uma única palavra)
“Não perca seu tempo comigo, não vale a pena.”
Entretanto, tudo o que eu parecia escutar era:
“Decifra-me! Ou te Devoro.”
Meu coração grita, exige,implora pelo teu nome,
Minha razão joga na minha cara que você não merece meu coração!

domingo, 5 de junho de 2011

Perda

Ele estava aqui.
Estava sentado bem ao meu lado no sofá.
Rio das minhas piadas sem graça.
Assistiu a um filme o qual não lembro o nome, não faz diferença.
Eu não podia tocá-lo, não me atrevia nem a olhá-lo fixamente.
Era como se eu estivesse em uma prova de resistência onde se você tocar no prêmio você perde.

Verdades inventadas

Ela entrou em um bar qualquer que ficava a beira da estrada.
Duas carteiras de cigarro na bolsa, algumas doses de whiskys sob o balcão.
Caminhou até uma mesa um pouco afastada onde não poderia ser vista, retirou seu caderno de anotações e se pôs a escrever.
Queria transcrever para o papel suas experiências em forma de romance.
Refletiu um pouco e chegou à conclusão que sua vida tinha mais cara de tragédia.
Queria fantasiar suas memórias, mas assim elas não passariam de verdades inventadas.
Pensou nas pessoas que iriam ler suas memórias, pensou se alguém ia querer lê-las.
Queria fazer o melhor.
Queria ser a melhor.
Queria não querer tantas coisas.              

quinta-feira, 2 de junho de 2011

Meus delírios

Caminho a beira de um abismo, olho para os lados, reflito um pouco.
Percebo que essa altura que me amedronta ao mesmo tempo me seduz.
Sinto como se fosse ser puxada para baixo a qualquer instante, mas ainda assim sigo em frente.
Eu poderia pular, falta coragem.
Eu poderia ficar, falta vontade.


"No quieras caminar sobre el dolor, descalza..."

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